19/07/2019
27/05/2018
21/05/2018
TARÔ, INTERNET E EVOLUÇÃO
Não trabalho
com o futuro, jogo o tarô no presente. Muitas vezes me perguntei se faria
sentido estarmos predestinados aos importantes acontecimentos de nossas vidas. Se
fosse assim, poderíamos sentar e deixar a vida correr de braços cruzados. Supondo
que tudo ‘já está escrito’, qual a importância do livre-arbítrio? Esse longo
questionamento sobre destino me levou a crer que são colocadas provas em nosso
caminho, sim, mas é a maneira como passamos por elas que determinam o que vem a
seguir. Então, cheguei à conclusão de que melhor do que prever o futuro é
ajudar as pessoas a enfrentarem suas dificuldades agora. Até porque não sou
vidente.
As cartas do
tarô, bem utilizadas, podem mostrar algumas coisas que vêm pela frente. Mas
temos o poder de transformá-las ou, ao menos, passar por elas de forma mais
suave. Esse é o meu propósito ao abrir o tarô para outra pessoa. Tem sido muito
bom, gratificante. Recebo feedback dos clientes contando como o jogo os ajudou.
Há ocasiões em que a situação é difícil mesmo e as cartas apenas apontam a
melhor forma de superá-la. Em outras, a vida está tudo de bom e é hora de
curtir e avançar.
Além da
análise do momento que a pessoa está vivendo, eu foco o meu jogo no
autoconhecimento. Ao analisar os vários aspectos da vida de alguém me deparo
com limitações e qualidades daquele indivíduo. Tudo é motivo para profunda
reflexão. Se uma pessoa sabe que não se desenvolve bem em determinada área,
pode pedir ajuda ou seguir o conselho das cartas para vencer aquela
dificuldade. Se sabe que tem um talento especial em outro campo, entende que
vai bem naquela direção, que pode ousar e brilhar. Não tem mistério; não tem
vidência.
Tarô é
estudo e sensibilidade para entender o recado das cartas. O que a gente pode
chamar de “magia” ou “mistério” é o que faz um arcano sair em determinada casa
na Mandala Tarológica de uma pessoa. Isso ninguém explica. O fato é que vai na
mosca! Quanto mais jogo, mais me surpreendo positivamente com as cartas. Sempre
é um recado bem dado.
JOGOS A DISTÂNCIA
Faço jogos
presenciais apenas em eventos porque não tenho remuneração suficiente para
montar um consultório nem ambiente adequado para tal fim em minha casa. Então,
meus atendimentos são feitos a distância, por e-mail ou whatsapp. Posso
garantir que não faz diferença. A magia do tarô acontece de longe também, viaja
pela grande rede. Tudo é energia.
Já falei do
tipo de jogo que faço, agora vou contar como é o processo. O cliente me pede a
consulta usando vários canais da internet. Se a consulta for por whatsapp,
preciso combinar um horário adequado para ambas as partes e é necessária boa
conexão de internet. A consulta dura cerca de duas horas. Já tive consultas de
mais de quatro horas e de 40 minutos. Cada caso é único. Durante o jogo, vou
gravando áudios que a pessoa deve guardar porque é fundamental que ouça várias
vezes. É muita informação para se captar de uma vez só.
Quando o
jogo é feito usando o e-mail. Eu faço mais ou menos a mesma coisa: gravo tudo no
momento em que vou abrindo as cartas. Numero as gravações e envio por e-mail.
Fotografo o jogo e guardo comigo caso, depois de ouvir as gravações, o cliente
fique com alguma dúvida. Até no jogo presencial peço que o cliente grave seu
jogo usando o celular. A cada vez que a pessoa escuta o jogo, percebe aspectos
novos e tem insights. É muito bacana! Recebo relatos de clientes que só foram
compreender inteiramente alguns aspectos apontados no jogo um mês depois!
Além de
considerar o tarô um instrumento para o fortalecimento pessoal, tem também
consequências na coletividade. Se você está bem pode ajudar o outro; se está
mal, não tem como fazer isso. Se você evolui, automaticamente ‘puxa’ quem está
perto para o crescimento também. É como se diz no avião: coloque a máscara em
si mesmo primeiro para depois ajudar o outro.
A HUMANIDADE ESTÁ MUDANDO
Acredito que
estamos vivendo uma mudança de eras. E isso não é o tarô que me diz; trata-se
de uma percepção pessoal que tem por base também, claro, o que conheço da vida
de outras pessoas e estudos a respeito. Estamos menos materialistas e buscando
maior conexão espiritual. A globalização nos descortinou a diversidade. A
consequência foi olhar de volta para nós mesmos em busca da individualidade
nesse imenso leque de possibilidades. E, aí, cada um quer se conhecer melhor,
quer dar um sentido mais amplo para sua vida e busca a evolução.
A internet
une e isola seguindo esse movimento de globalização e individualidade. Podemos
conversar com alguém do outro lado do mundo, ver uma manifestação popular ao
vivo ou até passear virtualmente pelos jardins mais belos do planeta. Podemos
visitar museus e ler jornais dos mais diversos países com a ajuda de um
tradutor entre os inúmeros à nossa disposição.
Por outro
lado, há quem escolha se fechar como uma ostra e manter apenas relacionamentos
virtuais. Desde românticos a comerciais. Do mesmo jeito que podemos nos unir a
causas globais temos a possibilidade de filosofar anonimamente. Ou de xingar.
Há muita baixaria nas redes sociais que não sei se aconteceriam numa conversa
cara a cara. Provavelmente, não.
MUNDO EXTERIOR E INTERIOR
Cada um
escolhe seu caminho nessa imensa rede. Uns fantasiam, outros fazem amigos
verdadeiros; uns são honestos, outros são impostores; uns buscam conhecimento,
outros apenas diversão; uns se expõem completamente, outros medem as
palavras... E por aí vai.
O fato é que
não dá pra negar nem ignorar esse rico canal de comunicação. Por isso entro com
meu tarô dentro dela tendo o cuidado de respeitar a privacidade alheia. Me
sinto como um sacerdote em um confessionário virtual. E sabem o que mais me
agrada? A sensação de um trabalho bem feito, de ter de fato contribuído para
melhorar a vida de alguém. E esse tipo de sentimento surge em qualquer
plataforma.
Nesse
aspecto, meu lado taróloga aproxima-se da vocação para o jornalismo. Para mim,
as duas atividades têm por finalidade fazer o bem. Com o tarô, faço
individualmente; com o jornalismo, coletivamente. Tudo parte de relatos de
vida: do individual para o coletivo. E assim também se desenvolve a História. Nos
anseios que identifico nas pessoas – em uma ou outra atividade -, percebo o
movimento da evolução. Olhamos para o mundo e agora queremos enxergar melhor o
que acontece dentro de nós. Que assim seja.
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